Secretário nacional destaca sinergia entre debate proposto pelo fórum e diretrizes do MinC

Sérgio Mamberti. Foto: Walter Fernandes
Na palestra de abertura do 1º Fórum Nacional da Produção Cultural em Pequenos e Médios Municípios, realizada na noite de ontem no Teatro Calil Haddad, o ator Sérgio Mamberti, atual Secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (MinC), destacou a sinergia entre o debate proposto pelo encontro e o atual momento do Ministério. Em pouco mais de uma hora, Mamberti apresentou o trabalho que está sendo desenvolvido no MinC pela democratização e acesso à cultura e ressaltou a contribuição do Fórum com os objetivos do Ministério. “A cultura deve ser o retrato da diversidade brasileira”, afirmou ele.

Para Edson Pereira, presidente do Instituto Museu Memória e Vida (IMMV), organizador do Fórum, a presença do Secretário de Políticas Culturais na abertura do evento é um indicador da importância e da qualidade do cenário cultural do interior do país. “A imensa riqueza cultural dos pequenos e médios municípios ainda está sendo descoberta e o Fórum tem tudo para ser uma importante vitrine de vários desses excelentes trabalhos. Tenho certeza de que esta semana será muito produtiva para todos”, disse Pereira.
Paulino Viapiana, secretário de Cultura do Paraná, elogiou a iniciativa e agradeceu a presença dos integrantes da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura – CNIC em Maringá. O trabalho da comissão, de avaliação de projetos submetidos à aprovação da Lei Rouanet, está sendo feito pela primeira vez em uma cidade não capital. Reunidos no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) nos dias 7, 8 e 9, os comissários irão analisar mais de 500 projetos de todo o Brasil, que somam cerca de R$ 600 milhões.
Henilton Menezes, Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, lembrou aos presentes o convite feito pelo prefeito Silvio Barros aos comissários no ano passado, em Brasília, para que uma das reuniões de itinerância da CNIC ocorresse em Maringá. “A agenda de 2012 já estava pronta e a reunião da região sul marcada para se dar em Florianópolis, mas a plenária decidiu por unanimidade aceitar o convite e vir para Maringá”, contou ele, afirmando que a iniciativa certamente abrirá as portas da itinerância do MinC para o interior do país. “O contato com os produtores culturais dessas localidades é enriquecedor”, disse ele.
Em seu discurso, o prefeito Silvio Barros também agradeceu a presença dos comissários e destacou o trabalho do IMMV no esclarecimento dos mecanismos legais de renúncia fiscal previstos pela Lei Rouanet e no incentivo ao investimento de empresários e pessoas físicas em projetos culturais, afirmando que o convite para sediar a CNIC também teve por objetivo apresentar a qualidade da produção cultural local aos  comissários. “O aumento do investimento em cultura, a partir do trabalho do IMMV em Maringá e região, é exponencial”, revelou.

Henilton Menezes e demais autoridades na mesa de abertura Foto: Walter Fernandes
Também estiveram presentes à cerimônia de abertura a professora Celene Tonella, representando a Universidade Estadual de Maringá (UEM), Flor Duarte, secretária municipal de Cultura e Wilson Matos, reitor do Centro Universitário de Maringá (Cesumar), que homenageou os secretários Paulino Viapiana e Henilton Menezes com uma escultura do Monumento ao Desbravador. Ao final da cerimônia, autoridades políticas, comissários e muitos dos participantes seguiram para a Mostra de Teatro Contemporâneo, no Teatro Marista. A peça “Foi Carmen”, do Grupo Macunaíma/CPT, abriu oficialmente a mostra, realizada pela Teatro e Ponto Produções Artísticas, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
O 1º Fórum Nacional da Produção Cultural em Pequenos e Médios Municípios é uma iniciativa do Instituto Museu Memória e Vida (IMMV) juntamente com instituições culturais locais. O evento tem apoio institucional da prefeitura de Maringá, secretarias estaduais de Cultura do Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, sistemas estaduais de Museus do Rio Grande do Sul (SEM) e São Paulo (Sisem), Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros (CNCB), Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Maringá e Região Convention & Visitors Bureau,  Instituto Cultural Ingá, Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Festival Internacional de Londrina (FILO). O apoio é da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), Centro Universitário de Maringá (Cesumar), Gol Linhas Aéreas, Sincontábil, Fundação Luzamor, Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureau do Paraná, TCCC, Duo, Cineflix Cinemas, O Diário/odiario.com, Faculdade Cidade Verde (FCV), SESC, GVT e Sanepar. A realização é do IMMV e Ministério da Cultura (MinC).

Sertão do Ceará, solo fértil da cultura regional

Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri

A Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri é uma entidade filantrópica e cultural com sede em Nova Olinda (Ceará), município com aproximadamente 15 mil habitantes, a 560 km de Fortaleza. Os idealizadores deste projeto são os músicos Alemberg Quindins e Rosiane Limaverde, que deram o pontapé inicial na realização deste sonho após receberem um prêmio em Maringá, no Festival de Música Cidade Canção.
João Paulo Marôpo, membro da diretoria da Fundação, virá ao 1° Fórum Nacional da Produção Cultural em Pequenos e Médios Municípios para participar de duas mesas: Gestão de Instituições e Projetos Culturais, no dia 9, às 14h, e Perspectivas para os museus dos pequenos e médios municípios, no dia 11, às 10h30. Nas duas oportunidades, Marôpo vai compartilhar a experiência deste projeto bem sucedido que vem fazendo diferença em sua região de atuação.
Saiba mais
Criada em 1992 a partir da restauração da primeira casa de Nova Olinda, a  Fundação Casa Grande tem como missão formar crianças e jovens nas áreas  de memória, comunicação, artes e turismo. Para tanto, são desenvolvidas  atividades de complementação escolar por meio dos laboratórios de  Conteúdo (gibiteca, DVDteca, discoteca, biblioteca e sala de  informática) e Produção (memorial/museu, laboratório de TV, rádio  comunitária, editora que produz gibis e jornal e oficinas de teatro),  buscando a formação interdisciplinar e a sensibilização do ver, do  ouvir, do fazer e do conviver.

Escola de Comunicação da Meninada do Sertão

Para realizar tantas atividades, a fundação criou a Escola de  Comunicação da Meninada do Sertão, construída no prédio que  abrigou a primeira escola de Nova Olinda.
Após um processo de restauração, na escola, além dos laboratórios de  rádio, TV, editora e internet, é mantida a rede de crianças  comunicadoras em língua portuguesa, unindo Brasil, Moçambique e Angola,  com apoio da UNICEF.

Teatro Violeta Arraes – Engenho de Artes Cênicas

O Teatro Violeta Arraes – Engenho de Artes Cênicas tem projeto de Maria  Elisa Costa, filha de Lucio Costa, homenageando o conjunto arquitetônico  dos engenhos de rapadura da região do Cariri, berço cultural do Ceará.  Lá são oferecidos cursos nas áreas de direção de espetáculos,  sonoplastia, iluminação, cenário e roadie. Com uma programação aberta ao  público, o espaço exibe semanalmente espetáculos nas áreas de música,  dança, cineclube e teatro, buscando a formação de plateia e de gestores  culturais.
Há ainda a Cooperativa Mista dos Pais e Amigos da Casa Grande  (COOPAGRAN), formada pelos pais dos meninos e meninas que integram a  Fundação. Os cooperados produzem e comercializam suvenires e  artesanatos, mantém lojinha, cantina, bodeguinha,  pousadas  domiciliares e serviços de transporte.

A coreógrafa Pina Bausch visita a Casa Grande

A Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri recebeu muitos  prêmios, entre eles o Summer of Goodwill New York Time Warner (1996);  Prêmio Fellow  Empreendedor Social Ashoka (2002); Prêmio UNICEF  Criatividade Patativa do Assaré – Projeto mais criativo e melhor projeto  de educação (2002); Prêmio Cláudia – Editora Abril (2002); Comenda da  Ordem do Mérito Cultural – Ministério da Cultura (2004);  Diploma de Cavaleiro da Ordem do Mérito Cultural (2004); Troféu Cidadão de Responsabilidade Cultural –  Secretaria da Cultura do Ceará (2006); Prêmio Orilaxé Direitos Humanos –  Grupo Cultural AfroReggae (2008);  Prêmio Valores do Brasil – Educação e  Geração de Conhecimento – Banco do Brasil (2008); Prêmio Crianças do  Mundo Children´s World etc.

O arquivo de imagens da Fundação tem registros de visitas ilustres como  Pina Bausch, Gilberto Gil, Lobão, Arnaldo Antunes, Luciano Huck, Cacá  Carvalho, Mariana Ximenes, Guel Arraes, Ivaldo Bertazzo, Zeca Baleiro,  Rosy Campos, Luis Carlos Barreto, Jorge Mautner, Belchior, Geraldo  Azevedo e Regina Casé, entre outros.
Bate-papo
João Paulo Marôpo, diretor da Fundação Casa Grande.
– Como surgiu a ideia da Fundação Casa Grande?
O projeto surgiu da música, com a intenção de montar um centro de cultura e memória voltado para jovens, mas aí as crianças – tem muita criança em cidade pequena – tomaram conta do projeto logo durante a criação e as atividades foram acontecendo no decorrer do tempo, de acordo com a necessidade.
– Quais obstáculos surgiram e como vocês os enfrentaram/enfrentam?
Um deles, que ainda persiste, é a manutenção (água, energia etc.), mas a gente sempre tem que enxergar acima dos obstáculos, e é isso o que estamos fazendo.
– Neste sentido, com quem vocês podem contar?
Ao longo desses anos tivemos muitos parceiros, como prefeitura, instituições públicas e privadas e pessoas físicas.
– Financeiramente, como a Fundação se mantém em pé hoje em dia?
Temos parcerias com outras instituições, com o poder público municipal e recebemos doações de pessoa física. Também já tivemos recursos do programa Ponto de Cultura, do Ministério da Cultura.
– Na sua opinião, qual é a importância do debate proposto pelo 1º Fórum Nacional da Produção Cultural em Pequenos e Médios Municípios?
Fundamental, pois é um momento de compartilhar conhecimentos e experiências no sentido de encontrar soluções para desenvolver atividades comuns.

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